O West Coast - Festival de Música Antiga de Oeiras segue já na sua 14ª edição. Desde o seu início, em 2008, então designado por Temporada de Música Antiga, sempre manteve uma programação diversificada, integrando atividades que refletem os objetivos principais da MAAC: a difusão dos repertórios musicais até inícios do século dezanove, em particular do património musical português, e da performance que observa princípios historicistas. Nesse sentido continua a promover ações de formação e atividades que difundem a Música Antiga junto dos diferentes públicos.
A edição de 2021 abre com a 1ª Mostra de Discografia de Música Antiga em Portugal. Num período em que as edições musicais se diluem nos mais diversos suportes digitais e físicos, importa refletir sobre o que foi feito no passado e quais os caminhos de futuro. Esta é uma iniciativa que além da exposição convida o público e os especialistas a participar numa mesa redonda precisamente sobre o momento editorial que atravessamos.
As masterclasses de cravo e pianoforte de Mathieu Valfré e Adrià Gracia, a visita a órgãos históricos e o workshop de dança barroca completam o lote de atividades paralelas do festival.
No capítulo dos concertos que decorrem nos fins de semana entre os dias 1 de novembro e 4 de dezembro, avulta a estreia moderna da obra "Matuttino De Morti " do compositor David Perez (1711-1778), na versão setecentista do Manuscrito de Viseu, obra que marcou um estilo de escrita para vozes e orquestra de contexto sacro em Portugal, assim como a participação de intérpretes extraordinários já conceituados, como os ensembles La Fenice aVenire, Flores de Mvsica dirigido por João Janeiro, Voces Caelestes, a soprano Ana Quintans, o violinista Lorenzo Colitto e o Ensemble Meridional. Paralelamente, o festival continua aberto à apresentação a novos valores europeus da performance de música antiga, como o Hyphen Ensemble originário de França.
Os concertos e as restantes atividades decorrem no centro histórico de Oeiras: Palácio Marquês de Pombal, Igreja Matriz de Oeiras e Capela de N. Sra. Santo Amaro.
Relativamente à a programação, o festival trilha os repertórios musicais do pós-Barroco e do período Clássico, onde as Escolas de Nápoles e de Viena têm especial importância, oferecendo uma plêiade de repertórios entre o sacro e o profano, a música de câmara, as canções para coro e a canção solística com acompanhamento de pianoforte. Nesta programação, cabe também um espaço muito especial da composição musical por mulheres em finais de setecentos, vozes artísticas que tem sido continuadamente ignorada pelo ‘mainstream’ da programação e dos músicos.